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domingo, dezembro 20, 2015

Carta ao Desconhecido

Caro amigo, são três horas da manhã. As coisas mudaram, as pessoas mudaram, eu mudei. Durante as últimas semanas pensei estar enlouquecendo. Fui engolida pela rotina e pela lista de afazeres. Minha alma não se alimenta de obrigações. São dos momentos de ócio, de desvaneio, que minha mente pode me tirar do chão. São também nesses momentos que as melhores idéias estralam na minha cabeça e que as soluções mais complexas desabrocham como se sempre estivessem ali. Projetar se mostrou algo incrível. O memento de completo êxtase quando encontro a saída para algo que me tirou noites de sono aflora sentimentos que não sei descrever. Encanto, paixão. Conviver diariamente e aprofundar os estudos sobre representação, arte e movimentos artísticos e arquitetônicos é algo que permite e direciona o que sempre esteve em mim. Essa noite, enquanto tomava uma xícara de chá, desviei o olhar para a janela da sala. A paisagem do meu apartamento é simplesmente incrível a qualquer horário. Durante o dia as montanhas mineiras enchem os olhos. A noite, as luzes das ruas e dos prédios preenchem a alma com a sensação de que a qualquer horário, não estamos sozinhos. Ainda essa semana consegui ver vários apartamentos acesos com outros estudantes compartilhando da rotina de estudos noturnos. Esse não é o caso dessa noite. Hoje o céu está limpo, é possível apreciar as estrelas. Perco o fôlego a preciando a vista. Não consigo entender como em um lugar desses posso deixar a rotina falar mais alto. Respiro fundo como quem tenta limpar todas as mágoas que carrega no peito. Ta tudo tão diferente, não tem porque remoer isso dentro de mim. Deixa o passado pra trás. Te desejo muita felicidade e paz, graças a tudo hoje sou quem sou. E que me venha paz, que o peso das costas diminua, que meus pés voltem a flutuar.

terça-feira, junho 23, 2015

My Sun and Stars

 
 
 
Olha amor, dá sim pra sorrir. Olha amor, não se canse de me esperar. A lua veio me dar bom dia enquanto a semana passa e a gente sem se falar. Olha amor, o tempo passa, a vida anda e é claro que a gente muda. Muda minha preguiça de levantar, muda seu jeito de conversar, muda o nosso amor. Mas a gente já ta cansado de saber que mudar não é acabar. O ritmo desacelera quando pode, a saudade canta quando chega. A companhia muda de valor, as tardes de domingo se desintegram em saudade. A risada já é de longe, os minutos de silêncio cantam em mil pensamentos. O muito hoje em dia é cotidiano, o eu te amo já virou bom dia, boa noite. A simplicidade nunca foi tão boa. O doce do seu sorriso quando corro pro portão, a sua voz em dias de bom humor. Os abraços agora são capazes de me envolver até que eu possa novamente te ver. Daqui de cima da serra as nuvens deixam raios prismáticos e multicoloridos atravessarem e iluminar as pequenas flores amarelas. Olha amor, não se canse de me esperar. Eu já vou voltar.