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quarta-feira, junho 26, 2013

Entre as sombras ensolaradas


A sombra fúnebre anuncia que os olhos cessaram o brilho. O dia escurece em tons alaranjados enquanto os pensamentos estão entrelaçados. Sentimento de perca da essência esperançosa, criativa, sorridente. Perdida pelos corredores que parecem desaguar em um único mar cinza perolado. Ajeita os óculos, tenta alinhar os fios de cabelo. Nenhum sorriso, nenhum cumprimento. Sendo invadida pelo estrondoso silêncio da orquestra de morcegos. As gargalhadas eram de vidro; as lágrimas de pelúcia. As vozes sussurram no ouvido que talvez tudo não tenha mais sentido. As besteiras nunca pareceram tão infantis, os batimentos vitais nunca pareceram tão desacelerados. Gira mundo, acelere-se. Nostalgia de sorrisos proibidos, de festas de pijama, das rodinhas de rock'n roll, dos bancos sombreados por flores de outono, das noites bem dormidas, dos olhos de menina. A mochila está vazia e de quase duas décadas não se leva nada. Pendure-se entre todos os amigos e no último dia se verá rodeada de desconhecidos. Pise cabisbaixa em um lugar fora de segurança e descubra um sentimento estranho e verdadeiro de quem deseja seu bem. Era retraída e tinha alma, abriu-se para transformar em cinzas. Morta estando viva, acomodada temendo o futuro sombrio. 

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