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sexta-feira, novembro 08, 2013

Tempo Demais, Tempo de Menos


      As costelas desabrocham para o mundo, diafragma erguido, pulmões murchos. Costelas contraídas, diafragma preguiçoso, pulmões valentes. Expira, inspira. Inspirar. Inspiração. Sonhar. Criar. Ser. Talvez já velha demais para seus sonhos. Pálpebras retraídas, o desejo de uma mente barulhenta silenciosa para trocar pela sua silenciosamente estrondosa. Passos firmes, cabeça para o alto, coração desacelerado. Nada funciona. No terceiro passo, uma pegada em falso para arrancar um sorriso dos lábios. Tempo demais, tempo de menos. A felicidade sempre esteve longe demais. A distração momentânea durou. Questionamentos sobre os mais marcantes pensamentos. Se a saudade aperta, o que fazer? Se sorri engasgado será que há algo errado? Se lembra de um tempo conturbado, nebuloso e descontrolado. Não gosta de quando a maré se acalma, o sol brilha e a certeza domina. É desconfortavelmente certo. Incontrolavelmente errado. Trata-se da última coisa necessária para a paz da alma. Bem e mal dados as mãos. Assopra a vela, apaga a chama. Qual a cor dos meus olhos? Imprecisamente sem graça. Falta um certo tempero, um toque das minhas tintas tão coloridas. Reclama de tudo, faz uvas passas da alma. Não inspira. Segurança segura. Diminui o tom. Inspira, expira. Trata-se de demais para mim. Se os pensamentos fossem retilíneos, não seriam meus. Se tudo fosse certo, desenhado do jeito que o mundo deseja, não seria eu.

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