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terça-feira, janeiro 28, 2014

Wonderland


Conseguia se imaginar em cenas contraditórias de um filme francês de gosto duvidoso. Mentes pegando fogo. Difícil entender a mente de quem sempre foi tão... autêntico. Vidros despedaçando em volta de si. Olhos que se abrem lentamente. Silencie já que ninguém está por perto. O sofá da sua vida finalmente está vazio, sem marcas de traseiros parasitários. Quem deveria entender, não entende. A verdade é essa. Se é autêntico é incompreensível. A beleza enxia-lhe os olhos, enfiava-se nas entranhas e preenchia seu ser. Mesmo que por um tempo extremamente restrito, sentia-se compreendido. Entretanto esse tipo de coisa não dura muito. Encontrava um quadro realmente antigo em casa e o observava na esperança de descobrir tal sentimento. Esse vinha, dominava-lhe e partia. Tudo como um bom par romântico que resultaria em meses de lamentação, porém era muito mais complexo que um amor de verão. Continuava a observar a pintura, não sentia mais nada. Estava vazio novamente, como um belíssimo vaso de cerâmica que, com um beijo apimentado do vento, jogava-se do parapeito da varanda em um arrematador abraço com o chão que o reduziria à pó. A complexidade torna tudo uma pequena visita à Wonderland. 

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