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segunda-feira, agosto 22, 2016

Escudo no Peito


Com o tempo enrijeceu o coração, o protegeu como quem esconde o tesouro mais precioso para que ninguém fosse capaz de encontra-lo e, principalmente, de machuca-lo. Com o coração distante, aos poucos, o brilho dos olhos também se esvaiu. A alma começou a se satisfazer com o que conseguia encontrar de mais frio, violento e tenebroso. Ele era feito de uma fina camada de sorrisos amigáveis que disfarçava seus pensamentos obscuros e nebulosos. Com o coração rígido, ele gostava do que se tornara.

E foi nessa história de brincar com pessoas que um dos jogos resolveu dar errado. Encontrou alguém que entrou no ritmo e gostou da malícia no sorriso em contraste com o jeito meigo no olhar. Gostou também da voz calma ao acordar e dos beijos de difícil sintonia. Ele foi a cada dia se derretendo um pouco mais, apesar de no final sempre voltar a se enrijecer e fingir que nada aconteceu. Foi aos pequenos detalhes e longos dias sofrendo leves fraturas no seu mais precioso esconderijo.

Só espero, menino, que um dia você realmente me deixe entrar e aconchegar meu coração junto ao seu. Prometo que eu vou te bagunçar, mas vou tentar ser menos desastrada e não deixar nada quebrar.

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