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domingo, novembro 13, 2011

Vento na janela.


          Sentava-se a beira da janela naquela noite de tempestade, a chuva, o vento, os relâmpagos tocavam o vidro, o sorriso refletia-se sem sentido. Saudade dominava o peito. A sonhadora menina apaixonava-se cada dia mais pelo garoto do sorriso sincero. Recordava-se da história, de tudo que se passou em quase dois anos. E lembrava da primeira vez que ouviu falar do tal menino e de que mesmo sem conhecê-lo, mesmo com um tempero de ciúmes por ter conquistado aquele por quem tinha uma enorme simpatia, acalmou-se e ajudou-o indiretamente naquela noite. Trechos da conversa vêm à sua mente. Seu desespero, que tomou-lhe conta pela tal alma que até poucos minutos desconhecia a existência, voltava ao peito. E desde aquele momento sentiu algo forte, só não sabia se era algo bom ou ruim. Com o tempo o sentimento começava a tomar forma, a fez segurar firme sua mão sempre que foi preciso. A fez voltar atrás de todas as discussões. Hoje sorria sozinha ao perceber as linhas tortas que escreveram o amor em suas veias. Suspirava profundamente ao observar sua fotografia. Ainda não compreendia como poderia existir na vida sentimento tão forte capaz de lhe fazer perceber quando ele perdia-se afrontado em seus pensamentos. Desistia dessa reflexão complexa, pegava o celular:
          - Alô? - Ele atendeu.
          - Oi, me desculpa?
          - Pelo que?
          - Por não ter lhe dito o quanto você me faz bem.
          O silêncio dominou o telefonema.
          - Tô indo ae, me espera. -Ela continuou.
          Interfone chamou, a chuva não dava trégua. Ele abriu a porta, saiu debaixo do temporal. Encontrou em meio a tanta água que caia do céu, encontrado em tonalidade alaranjada, o calor de um abraço firme seguido por:
           - Eu te amo. Senti saudades.
          Ele sorriu. Daquela maneira que só ele sabia sorrir. Beijou-a e disse com um jeito de quem fingia não se preocupar:
           - Entra vai, troca de roupa, você vai gripar.
          E assim ficaram lá, tomando café, rindo de suas próprias bobagens, matando as saudades que a vida insistia em colocar entre os dois. Ainda não sei muito bem se tudo isso daria mesmo certo, mas havia de dar. Existia amor e isto bastava para trazer-lhes um sorriso essa noite.

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