Ao telefone você gira o vira-tempo. As voltas cronometram as horas que viajamos. O som dos ponteiros se movendo parece alto. Falamos sobre tudo, o mundo, as dores e os amores. O relógio não para de se mover.
De alguma maneira, todo o resto parece nunca ter existido. Nós voltamos a ser amigos.
Quando a última volta de desfaz, um leve estalar dos dedos me arrasta de volta para a realidade. Os olhos se enchem de lágrimas e eu só quero correr de lá.
O meu vira-tempo é humano e eu não quero te machucar.
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