Pesquisar este blog

sábado, novembro 20, 2010

A casa abandonada.


A casa abandonada esta lá, no canto do fim da estrada. Por fora sua aparência desleixada assusta algumas pessoas. Mas eu não sou uma delas. Me encanto por tudo isso. Não consigo resistir a aquele jeito de passado esquecido. Toco o portão enferrujado, com uma mão, enquanto seguro firmemente a câmera na outra. Evito fazer muito barulho nas correntes dependuradas na ferrugem, mas é inevitável. Quero entrar naquele lugar. As retiro e forço para que o portão se abra. Pisando em meio as folhagens secas e driblando as plantas rasteiras no meu caminho continuo andando. A porta esta aberta. ao entrar naquele lugar empoeirado e antigo, consigo ouvir na tinta descascando as risadas das crianças, o amor do casal que residia naquele lugar. Como tudo já foi um dia. Passando o toque da minha mão na parede vou subindo a escada, passando pelo corredor iluminado pelas frestas no telhado. Alguns retratos quebrados, alguns moveis cobertos. tudo o que houve lá já virou passado. Já não esta mais aqui. Assim como um dia eu também virarei. Tiro algumas fotografias daquele lugar esplendoroso e vou embora. Gosto de casas abandonadas, gosto de inventar histórias para elas. Afinal, um dia elas já tiveram uma e hoje são apenas mais um lugar com lembranças. Talvez eu me sinta como uma casa abandonada, cada dia mais sozinha e sombria vivendo em meio as lembranças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário